
Lembrei-me, entretanto, de uma conversa com uma grande amiga, de tez alva como arroz, e sardenta, como se fosse ela salpicada de canela em pó. Iguaria, que segundo minha querida avó paterna, assemelha-se à cor da minha pele. “Morena cor de canela”.
Falávamos sobre agradáveis misturas: feijão com arroz, café com leite, chocolate com coco, bem-casado e o tal arroz doce com canela (a mim, nada agradável). O claro e o escuro harmônicos. Tal qual preconizou Gilberto Freire no clássico “Casa Grande e Senzala”. Ora, não sejamos hipócritas. A história nos mostra que as relações nunca foram pacíficas. E ainda hoje há resquícios dos absurdos do regime escravocrata.
Aqueles, porém, que se permitem despir dos preconceitos, poderão enxergar as pessoas muito além da cor da pele, dos traços étnicos, da posição social. Se preto, branco, índio, amarelo, cafuzo, mulato ou mameluco, definitivamente não importa. O essencial é que a receita seja palatável, agrade ao paladar daquele que a experimente. Por mais apurada ou excêntrica que possa parecer.
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*Escrito em 19 de setembro de 2009.
2 comentários:
Eu amo arroz com leite, mas amo muito, mas muito mais essas misturas que deixam a vida bem mais saborosa. Eu tenho o meu docinho de coco com canela. Hum, é tão bom!
=)
Tati (Brinco de Pena!)
Definitivamente tbm não gosto de arroz doce, ah, de coco tbm não, hehehehe.
Mas tenho que concordar que essas misturas tem deixado a vida muito melhor, ainda mais com cobertura de canela( que não é arroz doce).
Bjão
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