A noiva da vez

Avessa a certas tradições, nunca desejei entrar numa igreja, vestida de branco, para dizer o sim a alguém em frente a um padre. Por outro lado, se nunca sonhei com uma cerimônia de casamento, aprecio aqueles que tomam essa decisão. Afinal, a-do-ro uma festa!

Bom, a noiva da vez é a minha querida prima e amiga Tati. Deseperada (hehehe), a doida resolveu casar-se no dia 30 de outubro. É, daqui a cinco meses! Correria total para marcar igreja, salão, produzir convites e todas as outras demandas de um evento como esse. Um mutirão de amigos, no qual me incluo, até por ser madrinha, auxiliando a resolver estas questões.

Desejo que tal enlace seja o final feliz desse romance, praticamente uma novela mexicana, repleta de tramas, na qual acompanhei diversos capítulos nos últimos anos.
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P.S: A prova concreta do poder do cinamomo. ;)
Mas outro dia conto essa história.

Em construção

Aqueles que costumam visitar o blog, devem ter notado a mudança no layout. Mas ainda há alterações a fazer, pois, assim como a autora, esse espaço está em constante transformação.

Rural e Contemporâneo


Entre os dias 13 e 16 de maio, Porto Alegre foi palco do Brasil Rural Contemporâneo. A VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, que reúne artesãos e produtores ligados à economia popular, trouxe vida aos armazéns do Cais do Porto. Milhares de pessoas passaram pelo local e deliciaram-se com amostras de geléias, queijos, vinhos, mel, cachaça e tantos outros produtos coloniais e orgânicos à disposição dos visitantes.

Eu me encantei mesmo foi com o artesanato. Peças lindas, únicas e dos mais diversos recantos do Brasil. Impossível não levar alguma para casa. E o que dizer sobre a praça de alimentação, com comidas típicas, debruçada sobre o Guaíba?

Aproveitando os dias de folga, por ser feriado na megalópole hamburguense, desfrutei ao máximo a contemporaneidade rural brasileira. Na culinária, destaco o strognoff de traíra, oferecido na banca da Lagoa dos Patos. E ainda o lanche alemão, servido pelo pessoal de Lomba Grande.

Um mundo à parte, no qual o encontro diário e o clima de integração me lembraram muito o último AIJ (que ocorreu em Lomba Grande, NH). Aliás, foi a oportunidade de rever diversas pessoas que estiveram no acampamento.

Se não bastasse a feira, a programação musical foi extensa. Com shows de Gilberto Gil, Monobloco, Teatro Mágico e Otto, sempre com convidados, e abertura de artistas locais, como Nei Lisboa, Frank Jorge, Júlio Reny, Wander Wildner, Richard Serraria e muitos outros.

Multiculturalismo. Com xote nordestino, maracatu pernambucano, samba carioca, rock gaúcho, sambadeiras do recôncavo baiano e arte circense paulista marcaram os shows diários realizados aos pés da Usina do Gasômetro.

Mistura de estilos e tendências que, cada vez mais, fazem parte da minha vida. De negativo, só o fato de ter acabado tão rápido.

Rir, de acordo com o dicionário, é o ato de contrair os músculos faciais em conseqüência de uma impressão de alegria. Escarnecer, ridicularizar, zombar.

Se rir é o melhor remédio, não há peste bubônica ou vertigem que aguente a superdosagem a qual nos submetemos hoje.

Arroz doce com canela

Se há um doce que definitivamente não me apetece, é o tal arroz-de-leite. Gostaria de saber de quem foi a ideia infame de misturar o cereal, que junto com o feijão é o alimento símbolo do brasileiro, ao leite e açúcar ou a outras variações para torná-lo doce. Pois bem, não é que dia desses sonhei que me fartava com um pratão de arroz doce com canela?

Lembrei-me, entretanto, de uma conversa com uma grande amiga, de tez alva como arroz, e sardenta, como se fosse ela salpicada de canela em pó. Iguaria, que segundo minha querida avó paterna, assemelha-se à cor da minha pele. “Morena cor de canela”.


Falávamos sobre agradáveis misturas: feijão com arroz, café com leite, chocolate com coco, bem-casado e o tal arroz doce com canela (a mim, nada agradável). O claro e o escuro harmônicos. Tal qual preconizou Gilberto Freire no clássico “Casa Grande e Senzala”. Ora, não sejamos hipócritas. A história nos mostra que as relações nunca foram pacíficas. E ainda hoje há resquícios dos absurdos do regime escravocrata.

Aqueles, porém, que se permitem despir dos preconceitos, poderão enxergar as pessoas muito além da cor da pele, dos traços étnicos, da posição social.
Se preto, branco, índio, amarelo, cafuzo, mulato ou mameluco, definitivamente não importa. O essencial é que a receita seja palatável, agrade ao paladar daquele que a experimente. Por mais apurada ou excêntrica que possa parecer.

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*Escrito em 19 de setembro de 2009.

Questão de química


Sou uma mulher das letras, das ciências humanas e sociais, cujo pensamento lógico funciona na velocidade de um 386, com a praticidade do MS-DOS (para aqueles que não conhecem, era o sistema operacional anterior às “maravilhosas” janelas do Bill Gates).

Chego a suar frio só de pensar nos binômios de Newton, logaritmos, nos movimentos retilíneos, circulares, no quadrado da hipotenusa ou qualquer outra fórmula matemática ou física. Há, no entanto, outras ciências que ultimamente têm povoado meus pensamentos: a química e a biologia. Senão pelas peculiaridades das ligações peptídicas ou dos processos de osmose, mas como estas são fundamentais para nossa vida. Tudo que somos ou fazemos tem imbricado um fenômeno químico ou biológico.

Afora isso, elas influenciam diretamente nos relacionamentos interpessoais. Sim, eu creio que gostar ou não de uma pessoa é uma questão de química.