Então, é Natal?

Sei que prometi mais fotos e textos do Rio, daquelas curtas e merecidas férias, mas não deu. Fui vencida por uma série de compromissos, trabalhos extras, tarefas domésticas e outras atividades que fazem com que entremos em uma roda-viva todo o final de ano.
 
Confraternizações, amigos secretos, compras e um corre-corre danado para dar conta de tudo o que ficou para trás nos últimos 11 meses. Na minha família, a coisa complica ainda mais. A uma semana do Natal, há quatro dias seguidos de aniversários - incluído o meu no dia 19 e o do namor, em 26, que sempre requer um presente especial. E mais outros tantos ao longo do mês. Para piorar, o tão esperado recesso, com o qual já havia me acostumado nos últimos três anos, foi para as cucuias.

Ah, tiveram também eventos extras neste mês de dezembro: de velório a batizado, passando por check in do cachorro no hotel, diversas idas aos shoppings e a elaboração de um projeto de comunicação. Praticamente uma gincana.

A correria completou-se no dia D – a véspera natalina. Plantão na Imprensa da Câmara (com o segundo andar do prédio do Legislativo totalmente às moscas), presentes de última hora e uma manicure à beira de um ataque de nervos. Ela, por sinal, foi quem me serviu de inspiração para este post.

16h30min. No horário marcado, cheguei ao salão para “fazer o pé”. Sorridente, a dona do estabelecimento abriu-me a porta e pediu que eu esperasse um pouco. “Tranqüilo”, pensei. Enquanto folheava uma revista com notícias velhas e “importantíssimas” sobre a vida de artistas e algumas subcelebridades, comecei a prestar atenção na manicure, a quem eu aguardava pacientemente para ser atendida.

A aproximação só confirmou minhas suspeitas: ela estava estressada, praticamente histérica. Será que deveria entregar meus ricos pés àquela pessoa? Bom, o lance era relaxar e rezar para que ela não me tirasse nenhum “bife” ou resolvesse usar a espátula para cometer um homicídio com o primeiro que lhe cruzasse a frente (no caso, eu).

O rosto dela dizia tudo, estava acabada. Queixou-se de dores no corpo, ocasionadas pela longa jornada de trabalho dos últimos dias, da corrida contra o relógio para atender a todas e da indecisão das clientes na hora de escolherem que esmalte usar. Ao final, pediu desculpas, deu-me um abraço e desejou feliz Natal.

Confesso que tive pena dela. Pensei em todas essas pessoas atrás do balcão. Não só nos comerciários, que estão na linha de frente para aplacar essa insanidade consumista do período que antecede as festas de final de ano, mas em todos que atuam no setor de serviços: garçons, mecânicos, taxistas, cabeleireiras e, claro, as manicures.


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Ah, a gincana natalina não acabou por aí. Na sequência teve visita aos Machado – para o aniver da minha madrinha, ceia em família, temporal que quase alagou Porto Alegre e mais festinha no Opinião. A brincadeira terminou às 7h do dia seguinte. Depois de poucas horas de sono, 300 quilômetros de estrada rumo a Passo Fundo.