Café no balcão*


Café preto e um pão de queijo. Esse foi o cardápio de um desjejum atípico, pelo menos nos últimos anos. A novidade não eram os ingredientes, mas o local. Uma padaria, daquelas com cara de boteco, que nos remete há outros tempos. O pedido atendido com um sorriso no rosto e a fugacidade de consumir ali mesmo no balcão. Nem por isso, faltou tempo para voarem os pensamentos. A cena anunciou um bom começo de semana. Dias atribulados que virão.

Ao sair, o sol entre nuvens, avistei o Monumento ao Expedicionário. Ai que saudades da minha terra. Sim, eu sou da capital. Lembrei-me dos tempos de infância. O bicicletário da Redenção e a casa dos avós a poucas quadras.

Dizem que os gaúchos são bairristas, mas os porto-alegrenses... Ah, esses, com certeza, muito mais. Tenho saudades até de andar de ônibus em Porto Alegre! Desse ar de província que certos pontos da cidade ainda reservam. E, principalmente, por ser grande o bastante para abraçar a todos. Por não ter uma cara pseudo-homogênea de etnia germânica, gringa ou qualquer que seja. E por não ter um ranço desse ou daquele sobrenome.

Porto Alegre das praças, dos parques, do pôr-do-sol no Guaíba, da Casa de Cultura Mario Quintana, do viaduto da Borges, da Rua da Praia muito longe do mar. A pequena-grande cidade onde nasci e cresci. E sempre desejo voltar.

*Escrito numa segunda-feira de inverno, entre agosto e setembro de 2009.

3 comentários:

Unknown disse...

Incrivelmente certa!

Anônimo disse...

Apaixonante!

Mário Vicente disse...

Entrei pra ler sobre a cerveja e acabei lendo esta, foi só para aumentar a saudade desta terra, abração guria : ass. Mário - Rio de Janeiro - RJ